O Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB) avalia que a crise que se alastra pelo coração do sistema capitalista e que atingiu os principais símbolos financeiros do grande capital, como Lehman Brothers, Fredy Mac, Fannie Mae, Meryl Linch, AIG, entre outros, é a mais grave crise desde a grande depressão de 1929 e significa, ao mesmo tempo, o dobre de finados do neoliberalismo e a desmoralização ideológica do capitalismo.
Os últimos acontecimentos destróem todos os mitos construídos nos últimos 30 anos de que o pensamento único do livre mercado levaria a sociedade à abundância e que seria o "fim da história" para qualquer alternativa fora dos marcos capitalistas. Todos esses mitos criados para endeusar o neoliberalismo e toda a verborragia do livre mercado foram por água abaixo com a crise, que começou no ano passado e que se aprofunda agora de maneira avassaladora. Esta crise revela ao mundo a degeneração do sistema financeiro desregulado. O feiticeiro já não consegue mais controlar suas bruxarias e o alquimista está queimando as mãos com o fogo que acendeu.
As agências de riscos, que se comportavam como semi-deuses do mercado até recentemente, estão inteiramente desmoralizadas: seus prognósticos reduziram-se a pó, da mesma forma que o mito do mercado está derretendo como gelo nos trópicos. Os agentes do capital, que se gabavam do livre mercado e da redução do papel do Estado na economia, agora não conseguem esconder sua hipocrisia ao utilizarem o próprio Estado para estatizar empresa falidas, numa transferência de recursos para salvar os especuladores privados.
Até agora, só o governo dos EUA já injetou mais de US$ 1 trilhão no sistema financeiro para evitar a bancarrota geral e salvar seus especuladores. Mesmo assim, não consegue resolver o problema. Os Bancos Centrais Europeus e do Japão também já injetaram mais de U$ 500 bilhões para salvar seu sistema financeiro. Mais uma vez, repete-se a máxima das classes dominantes: quando a economia vai vem, privatizam-se os lucros, quando a economia vai mal, socializam-se os prejuízos.
Mas essa crise está apenas no começo: a queda nas bolsas, a quebra de empresas e o socorro desmoralizante do Banco Central norte-americano às empresas quebradas são apenas os acordes iniciais de um processo que será longo e doloroso para o sistema capitalista. A crise tende a se espalhar para outras regiões e atingir os fundos de pensão e também a economia real, levando o sistema capitalista à recessão, ao desemprego e à ofensiva contra os trabalhadores e o movimento sindical.
Quando ocorrem crises nestas proporções, o grande capital busca se entrincheirar no Estado, no aparato legal e nos seus organismos institucionais, como os Bancos Centrais, a fim de tentar salvar suas posições. Partem com força quase unitária para ampliar o raio de exploração dos trabalhadores, retirarem-lhes direitos. Tentam de todas as formas recuperar aquilo que estão perdendo na farra da especulação financeira. É justamente nesta hora que os trabalhadores devem mostrar resistência. Não cair na falácia de que "cada um deve dar sua contribuição para que todos se salvem", haja vista que quem quer ser salva é a burguesia e seu sistema de exploração.
Por isso, essa crise coloca para os trabalhadores imensos desafios: organizar-se e resistir aos ataques que certamente virão. Mas é também nesta conjuntura que o poder da burguesia se fragiliza e que os trabalhadores podem abrir espaço na crise para afirmar seu projeto de emancipação. Mais uma vez, estão colocadas na ordem do dia a inviabilidade do capitalismo enquanto sistema organizador da sociedade humana e a necessidade da construção da alternativa socialista, como única capaz de salvar a humanidade da barbárie.
Os últimos acontecimentos destróem todos os mitos construídos nos últimos 30 anos de que o pensamento único do livre mercado levaria a sociedade à abundância e que seria o "fim da história" para qualquer alternativa fora dos marcos capitalistas. Todos esses mitos criados para endeusar o neoliberalismo e toda a verborragia do livre mercado foram por água abaixo com a crise, que começou no ano passado e que se aprofunda agora de maneira avassaladora. Esta crise revela ao mundo a degeneração do sistema financeiro desregulado. O feiticeiro já não consegue mais controlar suas bruxarias e o alquimista está queimando as mãos com o fogo que acendeu.
As agências de riscos, que se comportavam como semi-deuses do mercado até recentemente, estão inteiramente desmoralizadas: seus prognósticos reduziram-se a pó, da mesma forma que o mito do mercado está derretendo como gelo nos trópicos. Os agentes do capital, que se gabavam do livre mercado e da redução do papel do Estado na economia, agora não conseguem esconder sua hipocrisia ao utilizarem o próprio Estado para estatizar empresa falidas, numa transferência de recursos para salvar os especuladores privados.
Até agora, só o governo dos EUA já injetou mais de US$ 1 trilhão no sistema financeiro para evitar a bancarrota geral e salvar seus especuladores. Mesmo assim, não consegue resolver o problema. Os Bancos Centrais Europeus e do Japão também já injetaram mais de U$ 500 bilhões para salvar seu sistema financeiro. Mais uma vez, repete-se a máxima das classes dominantes: quando a economia vai vem, privatizam-se os lucros, quando a economia vai mal, socializam-se os prejuízos.
Mas essa crise está apenas no começo: a queda nas bolsas, a quebra de empresas e o socorro desmoralizante do Banco Central norte-americano às empresas quebradas são apenas os acordes iniciais de um processo que será longo e doloroso para o sistema capitalista. A crise tende a se espalhar para outras regiões e atingir os fundos de pensão e também a economia real, levando o sistema capitalista à recessão, ao desemprego e à ofensiva contra os trabalhadores e o movimento sindical.
Quando ocorrem crises nestas proporções, o grande capital busca se entrincheirar no Estado, no aparato legal e nos seus organismos institucionais, como os Bancos Centrais, a fim de tentar salvar suas posições. Partem com força quase unitária para ampliar o raio de exploração dos trabalhadores, retirarem-lhes direitos. Tentam de todas as formas recuperar aquilo que estão perdendo na farra da especulação financeira. É justamente nesta hora que os trabalhadores devem mostrar resistência. Não cair na falácia de que "cada um deve dar sua contribuição para que todos se salvem", haja vista que quem quer ser salva é a burguesia e seu sistema de exploração.
Por isso, essa crise coloca para os trabalhadores imensos desafios: organizar-se e resistir aos ataques que certamente virão. Mas é também nesta conjuntura que o poder da burguesia se fragiliza e que os trabalhadores podem abrir espaço na crise para afirmar seu projeto de emancipação. Mais uma vez, estão colocadas na ordem do dia a inviabilidade do capitalismo enquanto sistema organizador da sociedade humana e a necessidade da construção da alternativa socialista, como única capaz de salvar a humanidade da barbárie.
Rio de Janeiro, setembro de 2008
Comitê Central do PCB
Nenhum comentário:
Postar um comentário