sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008


30-Nov-2007
Logo DCE - USP A UJC e o movimento "A Hora é Essa!" venceram as eleições do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da USP em conjunto com a juventude do PSOL e independentes. Após um processo eleitoral tenso, a chapa “Vez e voz: o grito só não basta”, venceu a chapa “Nada será como antes”, composta por PSTU e independentes, por uma diferença de 535 votos (3166 a 2631). A atual gestão dividiu-se em duas chapas, “Na falta de céu ninguém voa” (DS e independentes) e Além dos Muros (PC do B e MR8), o que fez com que tivessem expressão menor de votos comparados com a eleição do ano passado. O DCE-Livre da USP “Alexandre Vannucchi Leme” era composto por PT, PC do B, Adeus Lênin e MR8. Esta gestão, ao longo do ano, desrespeitou os estudantes em greve e ocupados na reitoria, chegando a negociar o fim da ocupação sem o conhecimento dos estudantes.

Mesmo com uma campanha desqualificada do PSTU, chegando a afirmar que a chapa Vez e Voz era favorável à Reforma Universitária (demonstrando que estavam dispostos a qualquer coisa para vencer), os estudantes não se deixaram levar por mentiras. Mostraram que estavam dispostos a retirar a direita da gestão, bem como não coadunar com um discurso e uma prática que visam o aparelhamento das entidades estudantis. Segundo o secretário estadual de movimento estudantil da UJC de São Paulo, Leonardo Freitas Sacramento, “o resultado da eleição mostrou que os estudantes estavam cansados dos atos alheios aos interesses dos estudantes, seja da direita, seja do esquerdismo, reafirmando, agora, a necessidade de construir um projeto de esquerda para o movimento estudantil na USP”.

Além disso, não podemos deixar de considerar que a vitória da chapa Vez e Voz significa também o reconhecimento do DCE e dos estudantes da USP à UNE, o que seria inviabilizado caso a chapa liderada pelo PSTU ganhasse, já que deixaram claro em sua carta-programa o rompimento do DCE da USP à UNE, mesmo sem aprovação no Congresso dos Estudantes, única instância que poderia deliberar sobre isto.
Segundo o Diretor da UNE, Alexandre Cherno, “sem dúvida esta é uma vitória de todo o movimento estudantil, uma vez que, mesmo reconhecendo os atuais problemas da UNE, mostrou-se que é necessária uma política que priorize a unidade e a unicidade do movimento estudantil, contra o divisionismo praticado por setores concentrados na CONLUTE, e que acima de tudo reconheça a importância da UNE na construção da universidade pública, gratuita e de qualidade”.

Contudo, a conjuntura do movimento estudantil da USP não é simples, pois a situação do DCE da USP é grave. A entidade sofre uma grave crise, formada ao longo dos anos, que foi aprofundada após a reforma do espaço do DCE, retirando assim suas já escassas fontes de renda, além da desastrosa gestão feita neste ano, aumentando o rombo. Mas a crise não é só financeira, mas também política, pois a atual gestão, ao desrespeitar a todo momento as deliberações feitas pelos estudantes (acordo com a reitoria na ocupação, voto a favor do ENADE, esvaziamento de diretores em assembléias, grupos de trabalhos etc.) fez com que os estudantes ficassem ainda mais distantes de sua entidade.

Como se pode ver, a tarefa da atual gestão do DCE e dos comunistas é complexa e árdua, exigindo uma máxima organização política dos estudantes a fim de recuperar o DCE da maior universidade pública do país.

Nenhum comentário: