quinta-feira, 27 de março de 2008

Conferência reafirma linha política e dá largada ao XIV Congresso


Carta de Praia Grande e programa de radio e TV denunciam violência do capital

A cidade de Praia Grande (SP) recebeu, dos dias 21 a 24 de março, a Conferência Nacional de Organização do Partido Comunista Brasileiro (PCB). O evento, que contou com a participação de delegados de todos os estados onde o PCB está organizado, deu a largada ao XIV Congresso do partido, que ocorrerá em abril de 2009.

O evento aprovou ainda a Carta de Praia Grande, endereçada aos trabalhadores brasileiros, na qual o PCB denuncia o aumento do uso da violência por parte da burguesia internacional e presta solidariedade aos povos e governos latino-americanos que, além da heróica ilha de Cuba, vêm buscando alternativas ao neoliberalismo, notadamente o venezuelano, o equatoriano e o boliviano. Este documento será divulgado ainda esta semana.

Nos três dias de debate, os delegados presentes reafirmaram, em linhas gerais, a linha política do XIII Congresso do PCB. Aprovaram ainda uma nova política de organização, atenta ao acirramento da luta de classes e às necessidades que o momento conjuntural impõe ao partido.

"A riqueza do debate e as contribuições, tanto dos delegados quanto das instâncias partidárias, certamente enriquecerão as teses do XIV Congresso", afirmou o Secretário-Geral do PCB, Ivan Pinheiro.

Segundo o dirigente comunista, a qualidade das formulações será ainda maior com a implementação de uma nova política nacional de formação, que será estabelecida e implementada pelo Comitê Central ainda em 2008.

Para o Secretário Sindical do PCB, Igor Grabois, a conferência serviu para as bases partidárias acumularem elementos que ajudarão na construção da Intersindical e do Encontro Nacional da Classe Trabalhadora (Enclat). "Conseguimos definir, coletivamente, o que precisamos fazer para que a Intersindical se enraíze na classe operária", afirmou.

Já para o Secretário de Juventude, Eduardo Serra, "o partido enriqueceu o debate sobre a União da Juventude Comunista e suas tarefas". A Conferência aprovou ainda um Encontro Nacional de Jovens Comunistas, que será realizado no segundo semestre de 2008.

Programa de rádio e TV do PCB marca um campo revolucionário:
Pouco antes da Conferência, na noite de 20 de março, foi ao ar o programa nacional de radio e TV do PCB. Nele, o partido propôs a formação de um campo político claramente revolucionário no Brasil e lembrou de heróis do povo brasileiro, como Astrojildo Pereira, Gregório Bezerra e Luiz Carlos Prestes. Aplaudido pela militância, que o assistiu no plenário do evento, o programa do PCB também prestou sua homenagem ao comandante das Farc Raul Reyes, assassinado recentemente pelo governo fascista da Colômbia.

Leia, abaixo, a íntegra do pronunciamento feito no programa, que estará disponível na Internet em poucos dias:

"O mundo corre perigo. O capitalismo entrou em nova crise. Como sempre, o imperialismo tenta superá-la com mais exploração dos trabalhadores, mais destruição do meio ambiente e mais guerra, para vender armas e saquear as riquezas naturais dos povos.

A América Latina vive um momento histórico. Nossos povos já não aceitam as políticas neoliberais. O PCB dá sua solidariedade militante ao processo revolucionário e às lutas antiimperialistas na Venezuela, na Bolívia, no Equador e em outros países. Apoiamos os esforços do Presidente Chávez, no sentido de considerar as FARC como força beligerante e evitar uma guerra entre países irmãos. Repudiamos o governo fascista da Colômbia, lacaio dos Estados Unidos, que querem invadir a Venezuela, na tentativa de freiar o processo de mudanças na América Latina e forçar uma guerra regional, para se apropriar do petróleo e da Amazônia.

Prestamos nossa homenagem ao Comandante Fidel Castro e à revolução cubana, que segue firme, na consolidação do socialismo. O PCB se empenha para que a luta dos povos contra o imperialismo leve à superação do capitalismo, na conquista de uma sociedade sem explorados nem exploradores: uma sociedade socialista.

O PCB é oposição ao governo Lula, cujo governo dá continuidade às reformas neoliberais, diminuindo direitos trabalhistas e previdenciários, enquanto favorece os banqueiros e o grande capital. Por isso, o PCB defende uma frente política progressista, formada por organizações políticas e sociais populares e que seja uma alternativa de esquerda ao governo e ao capital. O PCB defende a unidade da classe operária, dos trabalhadores da cidade e do campo, da juventude e da intelectualidade, na construção de um bloco histórico que mude os rumos do Brasil, em direção ao socialismo. Para os comunistas, só uma sociedade socialista pode garantir uma vida digna para o nosso povo.

O Partido Comunista Brasileiro não é apenas o legítimo herdeiro da sigla PCB. O nosso partido é o único que pode comemorar todos os 86 anos de vida do PCB, porque assume toda a sua história, suas derrotas e vitórias, erros e acertos. VIVA O PCB."

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